Em matéria de Any Bourrier, no jornal O Globo de 06/06/10, a China quer adequar a educação ao ritmo de desenvolvimento do país, com mais qualidade e custo menor. Há também outras informações interessantes: taxa de analfabetismo = 0,7% (para uma população de 1 Bilhão e 450 milhões, é pouquíssimo); o ensino fundamental e médio é garantido, a faculdade é a que pesa mais no bolso.
O que me chamou a atenção foi a vontade de equacionar a educação para o desenvolvimento. No Brasil, já percebemos os gargalos de algumas profissões e mesmo assim, parece que não há uma grande mobilização para rever a estrutura educacional. A única grande mudança, que foi um fracasso este ano, foi a questão do ENEM, proporcionando um acesso mais equilibrado à educação superior. Se queremos crescer (e estamos crescendo a taxas impressionantes), temos que ter uma população que suporte.
Encontrei um texto no site da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, onde seu presidente, Marco Antonio Raupp, discursa sobre a situação da educação brasileira. Discurso feito em maio deste ano. Seguem alguns trechos:
Para o presidente da SBPC, o Brasil apresenta um “imenso déficit na educação básica”, que contempla os níveis de ensino fundamental e médio, e a solução definitiva dos problemas apresenta “duas ordens de desafios”, disse. “Uma, que exige resultados urgentes; outra, que proporcione mudanças estruturais no sistema educacional e que apresente resultados no médio e longo prazo”, explicou.
A primeira ordem de desafios se refere aos “problemas gritantes” do sistema de ensino brasileiro, como a formação de analfabetos funcionais (pessoas que não entendem o que lêem) e a carência de professores, especialmente de ciências. Para Raupp, esses problemas se traduzem em “demandas emergenciais que pedem soluções excepcionais”. Na opinião dele, não basta um regime normal para resolver esses problemas. “Serão necessários esforços redobrados, quebra de paradigmas, superação de condições estabelecidas e até mesmo a criação de uma legislação excepcional”, aspectos que exigiriam “ousadia e doação” dos governantes, dos profissionais da educação e também dos profissionais de outras áreas que seriam chamados a colaborar.
Para o presidente da SBPC, uma vez resolvidos os problemas mais urgentes, existiriam, então, as condições para se desencadear um conjunto de medidas que proporcionassem “mudanças estruturais, sólidas e duradouras no nosso sistema de ensino”, afirmou. Valorização dos cursos de formação de professores, reconhecimento do trabalho docente, aplicação de novas e eficientes metodologias de ensino, recuperação da importância da escola na vida das comunidades – foram itens citados por Raupp para ser contemplados em uma política educacional que “visasse não mais superar vergonhas, mais sim preparar os brasileiros para melhorar o Brasil e para ajudarem a melhorar o mundo”.
Vamos dar atenção às propostas dos candidatos em relação a educação.
Saudações,
DC